Aprendizado de inglês… quando começar?

 

 

Escolas Bilíngues ou Cursos de Idiomas? Qual a melhor escolha?

  

 

Que o domínio da Língua Inglesa abre portas para o mundo, todos concordam. No entanto, questões vêm à tona quando é chegada a hora de colocar uma criança em uma escola.

Trabalhamos com o ensino e prática da Língua Inglesa (L.I.) há quase 30 anos e no início de um período letivo sempre surgem várias perguntas; “Qual a melhor idade para iniciar o aprendizado de uma segunda língua?” e hoje, com a crescente tendência ao “bilingüismo”, surge uma outra dúvida. “Devo colocar meu filho em um curso de idiomas ou em uma escola bilíngüe?”

Vamos primeiramente abordar o fator idade. Especialistas defendem argumentos diferentes. Segundo estudo feito pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e Harvard, o cérebro é melhor “equipado” antes dos 17,4 anos. É afirmado que o processo deveria iniciar por volta dos 10 anos, podendo se estender até os 17/18. Outros argumentam que, por volta dos 3/4 anos deveria haver o início do processo. São fases e aprendizados diferentes. Cabe salientar que em determinados momentos o que existe é a aquisição de linguagem – diferente de aprendizado.

Polêmicas à parte, existe uma verdade latente – crianças apresentam maior plasticidade cerebral, ou seja, a capacidade do cérebro modificar em parte sua estrutura e as conexões entre neurônios é muito maior. Por isso o aprendizado de um idioma se torna mais fácil na infância. Também, a formação da matriz fonológica, a disposição para a aprendizagem são fatores importantes.

A área cerebral aumenta com o aprendizado de outro idioma.

 

O cérebro muda com o desenvolvimento de novas competências.

Porém, existem fatores interferentes no aprendizado que vão além da idade. Podemos citar as circunstâncias sociais e culturais, métodos de ensino, programa desenvolvido e profissionais envolvidos no processo … até afeto e amor são cruciais. Aqui cabe a análise do tipo de ensino/escola. Escola Internacional? Escola bilíngüe? Escola com programa bilíngüe? Cursos de idioma?

Faz-se necessário ponderar acerca do meio no qual a criança/aprendiz está inserida. A escolha deve ir ao encontro da realidade e interesses individuais.

Escola Internacional – traz um currículo e calendário internacional. Em uma escola internacional o aluno se prepara para morar no exterior. No caso de ficar ou estudar no Brasil, deverá adequar seu aprendizado à universidades locais. Nesse tipo de escolas as aulas são dadas em todas as disciplinas em inglês por profissionais altamente treinados que, além do domínio perfeito da L.I., são especialistas nas disciplinas que lecionam. A Língua Portuguesa é uma disciplina do currículo. Se você tem carreira internacional, considere.

Escola bilíngue ou programa bilíngue – são dois modelos totalmente diferentes. Um número significativo de escolas que se dizem bilíngües na verdade não o são. As escolas bilíngües trabalham com currículo brasileiro e alguns conteúdos são ministrados em Língua Inglesa, outros em Português. Para que um aprendiz seja considerado bilíngue, ele necessita estar em contato com a L.I. em pelo menos 40% do seu tempo. Na escola bilíngue o aluno permanece no seu ambiente escolar, fato esse que para alguns pais gera conforto, praticidade e segurança. No entanto, a pergunta que fica: As escolas estão realmente preparadas? Os professores sabem trabalhar com o bilingüismo? Como o cérebro bilíngue funciona? A escola como um todo está inserida no processo? Em que ambiente após a escola o aluno convive?

Existem escolas sérias em nossa região que trabalham com formação de professores bilíngües – Sim, não basta treinar, elas também desenvolvem programas com muita responsabilidade. Infelizmente, podemos contar nos dedos de uma mão.

Escolas com programa bilíngue – na nossa opinião, necessitam uma análise bastante rigorosa. Existe uma demanda de mercado para que “todos trabalhem o bilinguismo” como se fosse possível que o processo ocorresse apenas virando uma chave e simplesmente aumentando a carga horária e usando plataformas de massa e impessoais.

Criar ambientes artificiais (immersion environment), educação física, música e arte… só funciona quando a criança está imersa pelo menos 40% das horas em que está acordada (já mencionado anteriormente). Fato esse que não ocorre. E os profissionais da imersão… são professores de inglês? Muitas vezes a criança não consegue aprender. Não porque não tenha capacidade e sim porque o cérebro não foi desenvolvido o suficiente para aprender o idioma da forma pela qual é ensinado nas escolas. Cuidados devem ser tomados.

Crianças com desafios em relacionamentos, atenção, foco, autoestima, crescem muito nesses aspectos mesmo que em alguns momentos o inglês não seja a prioridade. “Ah, mas pago inglês!”. Sim, porém condições devem ser criadas para que a criança se desenvolva na língua… Resultado esse obtido em nossos projetos paralelos na escola. O crescimento em L.I. acontece como resultante das estratégias de interação, desenvolvimento de novas habilidades, sentimento de pertencimento e responsabilidade sócio ambiental entre outros desenvolvidos através de uma interdisciplinaridade.

Cursos de Idiomas – existe a idéia de que preparam o aluno para o inglês do dia-a-dia. Há controvérsias. Uma escola de inglês com programa minuciosamente desenvolvido, professores formados e treinados adequadamente, não meros instrutores (com todo o respeito), com resultados obtidos, com valores, em um ambiente confortável, seguro, inovador, preparado e afetivo, passa a ser uma proposta de análise também.

Temos centenas de alunos que são portadores de certificações internacionais no mais alto nível (C2) dentro do CEFR (Quadro Comum Europeu de Referência no Ensino de Línguas) que nunca saíram do Brasil e estudaram em escolas regulares, sem programas especiais de L.I.

Como percebemos as alternativas são várias e não podemos fazer uma afirmação de qual é melhor. Podemos afirmar sim, que programas bem estruturados, processos e estratégias aplicadas com maestria e consciência, ambiente que propicie e estimule o aprendizado e educadores conscientes, preparados e com brilho nos olhos fazem a diferença em diferentes tipos de escola. O desafio está na sua capacidade de distinguir o que é propaganda e o que é fato e estar ciente dos seus objetivos e necessidades. Leve em consideração: resultados, experiência, inovação humanizada e valores em congruência com os seus. Pesquise, converse com quem já estudou nos lugares que você busca. Observe também o grau de comprometimento e exigência de quem lhe fornecerá a informação. Questione e abra para seu filho portas para seu crescimento não apenas técnico mas também pessoal. Enjoy the search.

 

Maria da Graça Galinatti Flach (Chica)

Especialista em L.I.

Autora e co-autora de livros didáticos para o ensino e prática da Língua Inglesa

CEO do Challenge Centro de Idiomas e Gist Gestão em Educação

Teachers’ Trainer

Palestrante