Recessão em 2020

(e o que você pode fazer a respeito)

 

Recentes notícias sobre uma crise mundial motivada pelos efeitos do coronavírus vêm provocando dúvidas e insegurança. A economia chinesa foi mais afetada do que se imaginava, e Europa e EUA parecem seguir o mesmo caminho. Diante dessa perspectiva, começamos a nos perguntar se há algo que podemos fazer.

A China, um dos maiores exportadores e compradores do mundo, responsável por cerca de 20% do PIB global, vêm sofrendo um grande impacto econômico desde o início da propagação do coronavírus no país. Numa reação em cadeia, a paralisação da produção e a redução do consumo na China inevitavelmente conduziram a economia global a uma crise.

Em face desse cenário, investidores internacionais começam a temer investir em empresas e países que mantém negócios com a China e apostam em ativos considerados mais seguros, como o dólar. Essa grande procura pela moeda norte-americana, por sua vez, faz com que sua cotação se mantenha em alta.

O mesmo processo que afeta a China desde o início do ano agora ocorre no Ocidente. A economia de cada país naturalmente sentirá o impacto de viagens reduzidas, escolas fechadas, eventos adiados, escritórios e fábricas paralisados e fronteiras fechadas.

Assim, uma crise internacional começa a tomar forma. O banco norte-americano JP Morgan já prevê queda de 1,1% na economia mundial este ano devido ao coronavírus. Caso essa previsão se confirme, será o pior cenário econômico desde 2009, ano em que a economia mundial recuou 1,7%.

Perspectivas tão negativas nos fazem perguntar se haverá uma luz no fim do túnel. Analistas da agência de classificação de risco Standard & Poor’s sugerem que a crise global reduzirá bastante a atividade comercial no segundo trimestre, no entanto, há chances de recuperação da economia a partir do fim do ano.

No presente momento, os mais afetados serão as pequenas e médias empresas. O confinamento das pessoas em casa gera um sério problema de falta de dinheiro em caixa. A solução para esse problema é o fortalecimento de nosso mercado interno. Nesses tempos difíceis, devemos valorizar as pequenas e médias empresas e reforçar o comércio local.

Mas como se preparar para a crise que já mostra seus primeiros sinais? Esse é momento para cultivar o pensamento positivo, procurar por novas oportunidades, novos públicos, e pôr em prática aquela velha ideia que estava na gaveta. Tais práticas não excluem a necessidade de cortar gastos, reavaliar prioridades, e o nosso dever de trabalhar ainda mais arduamente. Aquele seu merecido descanso terá de esperar um pouco mais.

Ainda é cedo para medirmos o impacto negativo na produção mundial, principalmente porque o combate ao vírus deve ser prioridade no momento. Ressaltamos que as medidas aqui sugeridas não impedirão a crise, mas podem servir para suavizar seu impacto. Por fim, recomendamos que, ao conduzir o leme de sua empresa para enfrentar esses mares bravios, lembre-se da máxima de Shakespeare: “Quando o mar está calmo, qualquer barco navega bem”.

Texto by Filipe Hoehr